Condenação de Bolsonaro ecoa no mundo e expõe teste para democracias

Brasília, 12 de setembro de 2025
A condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF) não ficou restrita às fronteiras brasileiras. A decisão, que sentenciou Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão por tentativa de golpe após a derrota eleitoral de 2022, ganhou destaque imediato na imprensa global e provocou reações contundentes de governos e líderes estrangeiros.

Bolsonaro foi condenado por cinco crimes, entre eles liderar organização criminosa e atentar contra o Estado Democrático de Direito. O julgamento, decidido por quatro dos cinco ministros da turma, ainda pode ser levado ao plenário completo do STF, mas já repercute como um marco histórico no continente.

Reações internacionais

Nos Estados Unidos, o senador republicano Marco Rubio classificou a condenação como uma “caça às bruxas” e defendeu que Washington responda “com firmeza” ao que chamou de perseguição política. O governo brasileiro reagiu prontamente, acusando setores da política norte-americana de ameaçar a soberania nacional.

Na Europa, jornais como The Guardian, Le Monde e El País destacaram que o julgamento representa um divisor de águas para o Brasil. Vários editoriais compararam a tentativa de golpe de Bolsonaro à invasão do Capitólio em Washington, reforçando que a democracia está sob ameaça não apenas no Brasil, mas em diversas partes do mundo.

Na América Latina, líderes e analistas viram o processo como um precedente importante. Alguns celebraram a aplicação da lei contra um ex-presidente, enquanto outros alertaram que a decisão pode intensificar a polarização política e reacender protestos entre apoiadores bolsonaristas.

Impacto político e diplomático

O caso não se limita à arena judicial. Tensões diplomáticas emergem no horizonte, principalmente com os Estados Unidos, onde já se fala em tarifas retaliatórias. Para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o desafio será equilibrar a narrativa de fortalecimento democrático com a necessidade de manter estabilidade política e econômica.

Um ponto de inflexão histórico

Para analistas internacionais, ver um ex-presidente brasileiro condenado por tentar minar a democracia é um momento simbólico — não apenas para o Brasil, mas para outras nações em que instituições enfrentam ataques semelhantes. Como destacou o New York Times em editorial: “O Brasil escolheu enfrentar o seu 8 de janeiro com o peso da lei, não com o silêncio.”http://jornalfactual.com.br

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