Em meio à repercussão da megaoperação policial no Rio de Janeiro, o governo Lula avalia conceder auxílio às famílias dos mortos. A proposta, defendida pela ministra dos Direitos Humanos, divide opiniões dentro do próprio Planalto — e com razão.
Por mais nobre que pareça, a iniciativa esbarra em um dilema moral e político. De um lado, o dever do Estado de oferecer amparo humanitário; de outro, o risco de o gesto ser interpretado como aproximação com o crime organizado ou como uma jogada eleitoral antecipada.
O Brasil não precisa de paliativos. Precisa de oportunidades reais — emprego, educação e segurança efetiva nas comunidades. Quando a política social se resume a um auxílio emergencial, ela se transforma em um remendo que mascara o problema, em vez de enfrentá-lo.
O presidente parece atirar aqui para acertar lá na frente. Mas, se o alvo for mesmo reconstruir a dignidade do povo, o caminho passa pelo trabalho, não pelo assistencialismo.http://jornalfactual.com.br








