
Queda mais expressiva ocorreu no bioma Amazônico, com redução de 46,3%, enquanto o Cerrado segue como principal desafio.
Palmas (TO) – O Tocantins registrou uma redução de 21,8% no desmatamento entre janeiro e agosto de 2025, em comparação ao mesmo período de 2024. O levantamento, feito pelo Centro de Inteligência Geográfica em Gestão do Meio Ambiente (CIGMA), ligado à Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), mostra que o estado desmatou 893 km² em 2025, contra 1.142,6 km² no ano passado.
De acordo com o Boletim Mensal nº 12 do Desmatamento no Tocantins, elaborado com dados do sistema DETER/Avisos, do INPE, a maior parte da área desmatada no período foi autorizada (71,9%). Já os casos de desmatamento não autorizado representaram 21,7%, e outros 6,4% foram autorizados, mas deslocados.
Destaques por biomas
- Cerrado – Registrou queda de 21,8% na área desmatada.
- Amazônia – Apresentou resultado ainda mais significativo, com redução de 46,3%.
Esses números indicam que, apesar da melhora geral, o Cerrado continua sendo o bioma mais pressionado, exigindo maior atenção para conter o avanço do desmatamento.
Avanços e desafios
Especialistas avaliam que a redução está associada ao fortalecimento das ações de monitoramento por satélite, intensificação da fiscalização e políticas de licenciamento ambiental mais rigorosas. No entanto, alertam que a proporção de áreas autorizadas ainda levanta debates sobre os impactos de médio e longo prazo, sobretudo na conservação da biodiversidade e dos recursos hídricos.
“O resultado é animador, mas não podemos esquecer que mesmo o desmatamento autorizado causa impactos ambientais relevantes. O desafio é equilibrar produção econômica com preservação ambiental”, avaliou um técnico ouvido pela reportagem.
Contexto nacional
O Tocantins se insere em um cenário de crescente cobrança internacional por maior preservação da Amazônia e do Cerrado, biomas essenciais no combate às mudanças climáticas. A redução registrada em 2025 reforça a imagem do estado como um dos que mais têm investido em monitoramento ambiental, mas também expõe a necessidade de conciliar licenciamento e fiscalização com modelos sustentáveis de uso da terra.
Fechamento
Com a queda de mais de 21% na área desmatada, o Tocantins dá sinais de que está no caminho certo. Mas a luta contra o desmatamento ilegal e a pressão sobre o Cerrado ainda são pontos críticos para garantir que os avanços se consolidem nos próximos anos.http://jornalfactual.com.br