
A contagem regressiva já começou. Em poucos meses, o Brasil dará início à maior transformação de seu sistema tributário em mais de cinquenta anos. A Reforma Tributária, aprovada em 2023 e agora prestes a entrar em vigor, promete simplificar a cobrança de impostos, reduzir distorções históricas e modernizar a forma como empresas e consumidores lidam com tributos. Mas, na prática, o que essa mudança significa para o cidadão e para o empresário brasileiro?
Uma nova lógica de tributação

A principal mudança é a substituição de cinco tributos (PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS) por dois novos impostos de base ampla sobre o consumo:
- IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) – de competência compartilhada entre estados e municípios.
- CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) – de competência federal.
Esses dois tributos seguirão o modelo do IVA (Imposto sobre Valor Agregado), usado em dezenas de países, o que promete mais transparência, menos burocracia e o fim da “guerra fiscal” entre estados.
Impactos diretos nas empresas
Empresas de todos os setores precisarão rever seus sistemas de gestão, faturamento e contabilidade. A nova estrutura fiscal exigirá adaptações tecnológicas e um entendimento mais claro sobre o momento do crédito e do débito de impostos.
Quem não se preparar a tempo poderá enfrentar entraves operacionais, multas e dificuldades para manter a regularidade fiscal.
Para os negócios digitais e de serviços, as mudanças serão ainda mais sensíveis, já que a tributação passará a incidir no local de consumo, e não mais no local da prestação do serviço — um ajuste que exigirá revisão de cadastros e sistemas de emissão de notas fiscais.
O que muda para o consumidor
Embora a promessa seja de simplificação e maior transparência, os preços ao consumidor podem variar durante o período de transição, que se estenderá até 2033.
Especialistas explicam que, a longo prazo, o novo modelo deve reduzir o chamado “custo Brasil”, tornando os produtos mais competitivos e os impostos mais previsíveis.
Preparação é a palavra de ordem
Consultorias tributárias e empresas de tecnologia já alertam: quem começar a se adaptar agora sairá na frente.
A adequação envolve mapear os impactos da reforma nas operações, atualizar softwares de gestão fiscal e capacitar equipes para lidar com a nova realidade.
“Essa reforma muda a espinha dorsal do sistema tributário. Quem entender cedo como ela funciona vai evitar prejuízos e aproveitar oportunidades”, afirma o economista tributário Ricardo Martins, especialista em políticas públicas.
Oportunidade de modernização
Apesar dos desafios, a Reforma Tributária também abre espaço para modernização, competitividade e justiça fiscal.
Com um sistema mais simples e transparente, o Brasil busca alinhar-se às práticas internacionais, tornando-se um ambiente mais atrativo para investimentos.
Em resumo: faltam poucos meses para a virada do sistema tributário.
O momento é de informação, planejamento e ação. A mudança é inevitável — e quem estiver preparado não apenas sobreviverá, mas poderá crescer em meio à transformação.http://jornalfactual.com.br