Uma previsão radical circula nas redes: até 65% dos empregos atuais podem deixar de existir em apenas uma década. A informação ainda carece de comprovação científica sólida, mas levanta uma pergunta fundamental: o que aconteceria se isso realmente se concretizasse? Entre automação, inteligência artificial e transformações digitais aceleradas, o mundo do trabalho enfrenta sua maior revolução desde a Revolução Industrial.
O que dizem os estudos
Pesquisas internacionais apontam que a tecnologia vai transformar profundamente o mercado de trabalho, mas não necessariamente na escala de dois terços das vagas sumindo em dez anos.
- O World Economic Forum prevê que milhões de postos serão substituídos ou alterados até 2030, mas também que novos empregos vão surgir.
- A McKinsey projeta que metade das atividades humanas realizadas hoje pode ser automatizada, embora isso não signifique extinção de empregos inteiros.
- Estudos acadêmicos destacam que 65% das crianças em idade escolar devem trabalhar em profissões que ainda nem existem, o que reforça a ideia de transformação, não apenas destruição.
Ou seja: o número “65%” parece exagerado se interpretado como desaparecimento total, mas é um alerta sobre mudanças profundas.
O impacto se isso fosse real
- Desemprego em massa
A perda repentina da maioria dos empregos criaria uma crise social global. Programas de assistência governamental não dariam conta, e o aumento da desigualdade seria inevitável. - Educação e requalificação em colapso
Trabalhadores precisariam se reinventar em ritmo acelerado. Universidades, escolas técnicas e cursos online se tornariam centrais na transição, mas a velocidade seria um desafio enorme. - Valorização de habilidades humanas
Empregos ligados à criatividade, análise crítica, empatia e tomada de decisão complexa se tornariam os mais disputados. Profissões de cuidado, saúde, artes e tecnologia despontariam como pilares. - Novas indústrias emergindo
Setores como inteligência artificial, biotecnologia, energias renováveis e cibersegurança provavelmente absorveriam parte da mão de obra, mas não o suficiente para compensar a perda imediata. - Mudança na relação com o trabalho
A crise poderia acelerar discussões sobre renda básica universal, redução da jornada e até redefinir o conceito de trabalho como conhecemos hoje.
Brasil: preparado ou vulnerável?
No Brasil, o risco seria ainda maior: mais de 50% da força de trabalho atua em setores com alta exposição à automação, como comércio, transporte e serviços administrativos.
- A falta de políticas de requalificação robustas pode deixar milhões sem alternativas.
- Por outro lado, o país tem potencial em áreas como economia criativa, agronegócio tecnológico e energias renováveis, que podem abrir novas oportunidades.
Conclusão
Seja ou não realista o cenário de 65% dos empregos sumirem em dez anos, a mensagem é clara: o mercado de trabalho está em mutação acelerada. Quem não se preparar — governos, empresas e trabalhadores — pode ficar para trás. O futuro do trabalho não será apenas sobre empregos que desaparecem, mas principalmente sobre novas formas de trabalhar, criar e sobreviver em um mundo cada vez mais automatizado.http://jornalfactual.com.br






