
Sábado, 11 de outubro de 2025
Apesar dos bilhões investidos anualmente em campanhas de combate à violência sexual, os resultados ainda são desanimadores. Uma nova pesquisa nacional aponta que, mesmo com o aumento dos recursos públicos e privados destinados à conscientização e prevenção, o número de casos permanece alarmante — e a maioria das vítimas continua sendo meninas entre 9 e 14 anos.
Nos últimos cinco anos, os gastos com publicidade institucional, programas de mídia e ações educativas cresceram mais de 280%, segundo dados obtidos por organizações de monitoramento social. Entretanto, a impunidade e a fragilidade das políticas de proteção seguem como barreiras que impedem avanços reais.
“O problema não é apenas a falta de campanhas, mas a ausência de continuidade, de políticas integradas e principalmente de punição exemplar”, afirma uma das pesquisadoras do estudo.
Especialistas alertam que campanhas de impacto visual e emocional têm efeito momentâneo, mas raramente são acompanhadas de reforço nas investigações, suporte psicológico contínuo e leis mais severas. Em muitos casos, os recursos acabam diluídos em ações pontuais, sem acompanhamento nem fiscalização efetiva.
Enquanto isso, o ciclo da violência se repete. Todos os dias, meninas brasileiras continuam sendo abusadas dentro de casa, nas escolas e em espaços que deveriam ser seguros.
“É preciso transformar o discurso em ação. O país precisa parar de gastar com cartazes e começar a agir com justiça”, conclui o relatório.
Cada centavo investido em campanhas deve ser acompanhado de resultados mensuráveis, apoio real às vítimas e endurecimento da lei — caso contrário, o combate à violência sexual continuará sendo apenas uma vitrine política de boas intenções.http://jornalfactual.com.br