
Todos os anos, bilhões de reais são despejados em políticas públicas, campanhas e programas voltados para a proteção da criança e do adolescente. São investimentos pesados, publicidade de primeira linha, eventos, relatórios e discursos emocionados — mas, no fim, pouco ou nada muda.
Enquanto governos celebram metas grandiosas e pronunciam promessas eloquentes, milhões de crianças continuam vulneráveis. Muitas delas não estão na escola. Muitas delas trabalham — muitas vezes em condições precárias e exploratórias — porque o sistema que deveria protegê-las falha em transformar intenção em ação.
É paradoxal: dinheiro não falta, campanhas não faltam, discursos não faltam. Mas a exploração do trabalho infantil persiste. Crianças e adolescentes continuam à mercê de um ciclo cruel de negligência, em que o espetáculo de boas intenções encobre a realidade brutal.
Todos os anos, ouvimos a mesma ladainha: “Vamos investir mais”, “Mais programas”, “Mais proteção”. E todos os anos, a realidade é a mesma: crianças exploradas, adolescentes marginalizados, direitos violados.
É hora de quebrar o ciclo. Investir milhões não significa cumprir a promessa de um futuro seguro. Campanhas brilhantes não substituem políticas públicas consistentes. Não podemos aceitar que a retórica oficial seja mais poderosa que a vida de uma criança.

A mudança exige coragem: recursos bem aplicados, fiscalização efetiva e comprometimento real com a vida das crianças. Até que isso aconteça, o direito da criança e do adolescente continuará sendo apenas uma frase bonita nos discursos — enquanto elas continuam pagando o preço.http://jornalfactual.com.br