
Prisões de pastores e líderes religiosos em diferentes países acendem alerta sobre a escalada global da repressão à liberdade espiritual. É hora de despertar: o tempo está ficando curto.
Enquanto as manchetes se dispersam entre crises econômicas, guerras e disputas de poder, um fenômeno silencioso avança: a repressão à fé. Nas últimas semanas, mais de 30 pastores e líderes religiosos foram presos em operações estatais que atingem comunidades de fé em diferentes regiões do mundo.
As detenções ocorreram sem mandados transparentes, sem defesa, sem direito à palavra. Cultos foram interrompidos, templos invadidos, e fiéis — desamparados — assistiram a tudo em silêncio.
Mas o verdadeiro escândalo não está apenas nas prisões. Está na apatia global.
No olhar desviado, no “não é comigo”, no conforto de quem se cala enquanto a liberdade espiritual é levada algemada.
“O tempo está ficando curto, e essa onda de perseguição está se fortalecendo. Não podemos mais fingir que não vemos”,
diz um trecho da carta assinada por líderes de comunidades cristãs independentes e enviada a organismos internacionais.
A fé sob vigilância

De acordo com o International Religious Freedom Report, publicado anualmente pela Comissão de Liberdade Religiosa dos EUA, a perseguição por motivos de fé aumentou mais de 20% em 2024.
Em alguns países, reuniões de oração precisam ser comunicadas ao Estado. Em outros, templos são demolidos por falta de “autorização institucional”. E há locais onde citar publicamente passagens religiosas já é interpretado como “ato político hostil”.
Essa vigilância não tem fronteiras — ela muda de forma conforme o regime, mas o princípio é o mesmo: calar consciências e controlar corações.
O silêncio que nos torna cúmplices

É fácil achar que nada disso tem a ver conosco. Que é um problema “de longe”. Mas a história sempre começa assim:
primeiro, prendem o vizinho.
Depois, o amigo.
E quando batem à nossa porta, já não há ninguém para defender.
A fé, em sua essência, não é uma ameaça — é um farol. E todo poder que tenta apagá-lo, cedo ou tarde, se revela inimigo da própria liberdade.
Não são as organizações que vão mudar esse quadro. Somos nós.
Nós, que ainda acreditamos na dignidade humana.
Nós, que ainda sentimos dor diante da injustiça.
Nós, que entendemos que o direito de crer — ou não — é o último alicerce da humanidade livre.
Hora de agir, não de assistir

Não há tempo para neutralidade.
O mundo precisa acordar antes que o medo vire norma.
O silêncio é o fertilizante da tirania — e só o despertar coletivo pode deter essa marcha.
Hoje são pastores, padres, rabinos, monges e líderes comunitários.
Amanhã, podem ser jornalistas, artistas, professores, ou qualquer voz que ouse pensar diferente.
A liberdade espiritual não pertence a um credo.
Ela é o último idioma comum da humanidade.http://jornalfactual.com.br