Trinta e oito mil, setecentos e vinte e duas pessoas.
Cada uma delas tinha um nome, uma história, sonhos interrompidos.
Em média, 106 pessoas morrem todos os dias no Brasil, vítimas de assassinatos violentos.
É como se o país estivesse permanentemente em guerra, mas uma guerra silenciosa, invisível para quem lê jornal, para quem passa pelo feed das redes sociais, para quem prefere ignorar.
O sangue que não aparece
O sangue que não é fotografado, que não rende manchete, que não emociona repórter, continua a escorrer.
O anônimo, o cotidiano, o que não engaja: é isso que mata mais do que qualquer bala.
E quem tenta combater essa violência, muitas vezes, é tratado como suspeito, enquanto o crime segue seu curso, sem freio.
Cada vida interrompida
106 pessoas por dia.
106 histórias que terminam antes do tempo.
Não são apenas números. São mães, filhos, amigos, vizinhos.
São vidas que não pediram para nascer nesse cenário de violência urbana, onde grupos armados disputam territórios, impõem leis e extorquem a população.
Estados paralelos, realidades dentro da realidade, crescem silenciosamente, enquanto o país assiste, acostumado demais à dor alheia.
O país que se acostumou com a morte
O mais triste? A indiferença.
Quando a morte se torna rotina, o horror se normaliza.
Quando cifras substituem nomes, o país já perdeu a guerra — não pelo armamento, mas pela moral.
E ainda assim, seguimos, dia após dia, contando vidas que se foram, esquecendo de que cada perda é um espelho da nossa própria humanidade.http://jornalfactual.com.br






