
Com menos de um mês para o prazo final de setembro, apenas uma fração dos países entregou suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) — o que faz da COP30, que será realizada de 10 a 21 de novembro de 2025 em Belém (PA), uma espécie de “última chance” para a ambição climática global.
A COP30 exige que os países atualizem suas metas de redução de emissões e adaptação até 2035, alinhadas ao Acordo de Paris. Até agora, apenas cerca de 10 a 11% das nações, incluindo EUA, Brasil, Reino Unido, Canadá e Japão, entregaram seus planos.
“A COP30 precisa ser lembrada como o COP das soluções — onde a crise virou oportunidade”, afirma André Corrêa do Lago, coordenador brasileiro da conferência.
O que está em jogo
Metas e ciência
Mesmo com os compromissos atuais, o mundo caminha para um aquecimento próximo de 2 °C, acima do limite de 1,5 °C estabelecido pelo Acordo de Paris. Especialistas apontam que é possível triplicar a ambição das NDCs com políticas claras e viáveis, reduzindo drasticamente o impacto das mudanças climáticas.
Financiamento e justiça climática
A COP30 não trata apenas de emissões. Um total de US$ 1,3 trilhão por ano deve ser mobilizado para ações climáticas até 2035. O Tropical Forests Forever Facility (TFFF) prevê US$ 125 bilhões para conservação de florestas tropicais, enquanto o Belém Action Mechanism busca garantir transições sociais justas, protegendo trabalhadores e comunidades vulneráveis.
Diplomacia e pressão internacional
O Brasil tem intensificado o diálogo com grandes emissores, incluindo China e União Europeia, pressionando por compromissos mais ambiciosos. O grupo BRICS já aprovou declaração reforçando NDCs, financiamento climático e cooperação tecnológica, pavimentando o caminho para soluções concretas na COP30.

Por que Belém?
A escolha da cidade não foi apenas simbólica. Belém, marcada por pobreza e desafios de infraestrutura, será o palco da urgência climática global. A conferência quer demonstrar que sustentabilidade precisa andar de mãos dadas com justiça social e conservação ambiental.
Conclusão
Sem planos robustos, claros e financiáveis, o Acordo de Paris corre sério risco. A COP30 representa, portanto, o momento decisivo para transformar metas em ações concretas, combinando ciência, diplomacia e justiça social.