O Ibovespa continua quebrando recordes, ultrapassando 144 mil pontos, mas a celebração é para poucos. Apesar do índice em alta, o volume de negociações permanece baixo, e grande parte do mercado não sente os efeitos da valorização.
A alta tem sido puxada principalmente por investidores estrangeiros, que aportaram R$ 1,2 bilhão somente em agosto — o 6° mês consecutivo de entradas líquidas neste ano, contra apenas três em 2024. Outro motor desse movimento são as expectativas de flexibilização econômica, com a queda dos juros americanos, e a possibilidade de uma candidatura de perfil pró-mercado em 2026.
No entanto, o giro médio diário da bolsa em setembro é de apenas R$ 14 bilhões, o menor nível desde 2019. Para efeito de comparação, em seu auge, o mercado à vista da B3 movimentava mais de R$ 33 bilhões por dia.
Parte da explicação está nos juros altos. A Selic em 15% ao ano torna a renda fixa muito atraente, afastando pessoas físicas da bolsa. Só em 2025, fundos de ações registraram saques líquidos de R$ 77 bilhões.
Na prática, o Brasil pode estar vivendo uma alta puxada por poucos players, o que limita a representatividade do índice — e aumenta o risco de correção brusca caso o cenário político se torne incerto.http://jornalfactual.com.br








