
Tel Aviv, 6 de outubro de 2025 — No dia em que o mundo relembra a véspera do ataque que mudou a história recente do Oriente Médio, Israel e Hamas voltam à mesa de negociações nesta segunda-feira (6) em um esforço decisivo para pôr fim ao conflito em Gaza. As conversas, mediadas pelos Estados Unidos e pelo Egito, giram em torno do plano de paz proposto pelo ex-presidente norte-americano Donald Trump.
O Hamas sinalizou disposição ao acordo e aceitou libertar reféns israelenses que permanecem em cativeiro desde o início da guerra. No entanto, pontos centrais ainda travam o entendimento, principalmente a definição do futuro político e militar do grupo na Faixa de Gaza.
Trump afirmou que “não tolerará atrasos” no processo e cobrou avanços imediatos, aumentando a pressão sobre as duas partes. A expectativa é que as próximas horas sejam decisivas para determinar se haverá um cessar-fogo duradouro ou se a região continuará mergulhada em instabilidade.
Enquanto isso, em Tel Aviv, milhares de pessoas foram às ruas no fim de semana para exigir do governo e dos negociadores prioridade na libertação dos reféns. Famílias mantêm vigílias diárias e cobram soluções após dois anos de angústia.
O ataque de 7 de outubro de 2023 marcou o início da escalada atual, quando militantes do Hamas invadiram território israelense, mataram mais de mil pessoas e sequestraram centenas. A ofensiva israelense que se seguiu causou milhares de mortes em Gaza e devastou a infraestrutura local.
Com a comunidade internacional acompanhando cada movimento, o resultado das negociações desta segunda-feira pode redefinir o cenário político e de segurança em todo o Oriente Médio.
O que está em jogo para cada lado
Israel
- Objetivo: Garantir a libertação total dos reféns e enfraquecer o poder político e militar do Hamas.
- Desafio: Equilibrar a pressão da opinião pública interna com a necessidade de manter a segurança nacional e responder às críticas internacionais sobre a ofensiva em Gaza.
Hamas
- Objetivo: Sobreviver politicamente e manter algum nível de influência em Gaza após o cessar-fogo.
- Desafio: Negociar concessões sem perder legitimidade entre palestinos e sem abrir mão de seu braço armado, ponto que Israel considera inegociável.
Estados Unidos
- Objetivo: Viabilizar um acordo que traga estabilidade à região e fortaleça a liderança americana no Oriente Médio.
- Desafio: Lidar com a resistência de ambos os lados e mostrar resultados concretos rapidamente, já que Trump prometeu “resolver o conflito” ainda em seu novo mandato.
Egito
- Objetivo: Reforçar seu papel de mediador regional e evitar que a guerra se espalhe para além de Gaza.
- Desafio: Convencer as partes a aceitarem concessões e manter canais diplomáticos abertos em meio ao clima de desconfiança mútua.
Analistas afirmam que o sucesso das conversas dependerá da capacidade das lideranças de equilibrar demandas políticas internas com as pressões externas. Qualquer impasse pode adiar o cessar-fogo e prolongar a instabilidade em uma das regiões mais sensíveis do planeta.http://jornalfactual.com.br