
Cortes de verbas, burocracia excessiva e critérios políticos distorcem o fomento cultural, enquanto artistas genuínos ficam à margem.
Quando o dinheiro não chega a quem cria
O setor cultural brasileiro enfrenta uma contradição cruel: enquanto se anunciam políticas públicas e leis de incentivo, os recursos raramente chegam aos artistas que dependem da arte para viver. Editais e programas de fomento, longe de democratizar a cultura, muitas vezes exigem critérios burocráticos ou identitários que excluem projetos genuínos, privilegiando agendas políticas em vez de valor artístico.
O efeito perverso da burocracia e da pulverização de verbas
Recursos que deveriam fortalecer a diversidade cultural acabam sendo fragmentados ou destinados a projetos com pouca ou nenhuma expressão artística real. Pequenos produtores e iniciativas de base ficam à margem, enquanto grandes projetos sem relevância criativa recebem milhões. O resultado é uma fragilização da cultura e o enfraquecimento da valorização do artista.
Decadência cultural acelerada
Essa lógica não é apenas administrativa: é uma ameaça à própria essência da cultura. Quando a arte se torna moeda de troca política, a sociedade perde oportunidade de refletir, se reconhecer e formar cidadãos críticos. A cultura perde sentido e espaço, enquanto agendas burocráticas e políticas ditam quem merece incentivo.
Reflexão final
A verdadeira decadência não está na falta de recursos, mas na perda do sentido da arte e da cultura como pilares da vida coletiva. O desafio é claro: simplificar a burocracia, reformular o fomento e garantir que os recursos cheguem aos artistas que criam e transformam a sociedade. Só assim será possível preservar a vitalidade cultural e resgatar o valor da expressão artística no Brasil.