
As autoridades de saúde de São Paulo emitiram um alerta máximo à população após confirmarem duas mortes por intoxicação por metanol no estado somente neste ano. Os casos, investigados pela Secretaria Estadual da Saúde, estão diretamente ligados ao consumo de bebidas adulteradas e produtos ilegais contaminados com a substância — um veneno invisível capaz de matar com poucas gotas.
Metanol: o “álcool fantasma” que engana e mata
Incolor, com odor e sabor semelhantes ao etanol (o álcool comum presente nas bebidas), o metanol é usado principalmente na indústria química — em solventes, combustíveis e produtos de limpeza. Porém, quando ingerido por humanos, mesmo em pequenas quantidades, causa danos gravíssimos, incluindo cegueira irreversível, insuficiência múltipla de órgãos e morte.
“Estamos diante de um risco silencioso, muitas vezes difícil de identificar até para profissionais de saúde. A população precisa estar atenta e desconfiar de produtos sem rótulo, vendidos por preços muito baixos ou em locais sem fiscalização”, alerta Maria Elisa Souza, coordenadora do Centro de Vigilância Sanitária (CVS).
Alerta: bebidas e álcool vendidos sem procedência são armadilhas mortais
A principal recomendação dos especialistas é nunca consumir bebidas alcoólicas de origem duvidosa — especialmente aquelas vendidas a granel, em garrafas reaproveitadas, sem selo fiscal ou por valores muito abaixo do mercado. O mesmo cuidado vale para álcool líquido artesanal ou combustível doméstico, frequentemente comercializado em feiras, festas e pontos de venda informais.

Sintomas de intoxicação podem demorar — e agravar-se rapidamente
Um dos maiores perigos do metanol é o tempo de ação: os sintomas geralmente surgem entre 12 e 24 horas após o consumo, quando o dano já está em curso. Entre os sinais mais comuns estão:
- Náuseas, vômitos e dores abdominais intensas
- Fortes dores de cabeça e tontura
- Alterações visuais (embaçamento, visão turva ou perda total da visão)
- Dificuldade para respirar e confusão mental
- Convulsões e perda de consciência
Em caso de suspeita, a orientação é buscar atendimento médico urgente e, se possível, levar a embalagem do produto ingerido para análise laboratorial.
População pode (e deve) denunciar
Para conter novos casos, a Vigilância Sanitária pede ajuda dos consumidores. Denúncias sobre a venda de bebidas ou produtos suspeitos podem ser feitas pelo Disque Saúde 136 ou diretamente ao Procon-SP. A fiscalização será reforçada em bares, distribuidoras, eventos e pontos de venda informais em todo o estado.
