
Em tempos em que os tablets, celulares e televisões se tornaram “babás digitais”, cresce o alerta entre pediatras e educadores: a infância precisa de mais movimento, mais imaginação e menos tela. Estudos recentes da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) indicam que crianças com excesso de exposição a dispositivos eletrônicos têm maiores chances de desenvolver dificuldades de atenção, sono irregular, ansiedade e obesidade.
Mas afinal, como equilibrar o uso da tecnologia sem afastar os pequenos do mundo digital que também faz parte da realidade deles? A resposta está no equilíbrio e na redescoberta das brincadeiras que estimulam o corpo e a mente.
1. Brincadeiras livres: o poder da imaginação
Nada substitui a criatividade que nasce de um simples “faz de conta”. Construir cabanas com lençóis, brincar de médico, de professor ou de super-herói ajuda a criança a criar narrativas, lidar com emoções e fortalecer o senso de empatia.
Dica prática: reserve pelo menos uma hora por dia para brincadeiras livres, sem interferência de telas.
2. Movimento é essencial
Pular corda, correr, andar de bicicleta ou brincar de esconde-esconde são atividades simples que fazem uma diferença enorme. Além de promoverem o bem-estar físico, ajudam no desenvolvimento da coordenação motora e na socialização.
Dica prática: transforme o momento em família — pais e filhos brincando juntos fortalecem laços afetivos e reduzem o estresse.
3. Tempo de tela com propósito
Não é preciso abolir a tecnologia, mas dar sentido a ela. Aplicativos educativos, filmes com mensagens positivas e jogos colaborativos podem ser bons aliados, desde que o uso seja supervisionado e limitado.
A SBP recomenda:
- Até 2 anos: sem telas.
- De 2 a 5 anos: até 1 hora por dia.
- De 6 a 10 anos: até 2 horas diárias, sempre com pausas.
4. Conexão com a natureza
Levar as crianças para o parque, para a praia, para o quintal — onde possam sentir o vento, a terra, a grama — é um presente para a saúde mental. O contato com a natureza diminui sintomas de ansiedade e estimula a curiosidade natural.
Dica prática: experimente um “dia sem tecnologia” no fim de semana, com piquenique, futebol ou caça ao tesouro.
5. O exemplo vem dos adultos
Não há mensagem mais poderosa do que o exemplo. Quando pais e cuidadores deixam o celular de lado para brincar ou conversar, ensinam sem precisar dizer nada.
Dica prática: combine “horários sem tela” em família, como durante as refeições ou antes de dormir.
Reflexão final
A infância é uma fase curta — e mágica. Brincar é mais do que entretenimento: é aprender vivendo. Cada risada, cada corrida e cada desenho rabiscado à mão são pedaços de um desenvolvimento saudável e equilibrado.
Menos pixels, mais pulos. Menos notificações, mais imaginação. Porque a melhor tela para uma criança é o mundo real. http://jornalfactual.com.br