
Nos últimos anos, o Brasil tem observado um crescimento significativo no número de pessoas diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Dados do Censo Demográfico de 2022, realizado pelo IBGE, revelam que aproximadamente 2,4 milhões de brasileiros receberam esse diagnóstico, representando cerca de 1,2% da população nacional. Este aumento é particularmente notável entre crianças e adolescentes, com uma prevalência de 2,1% na faixa etária de 0 a 4 anos e 2,6% entre 5 e 9 anos. Além disso, o Censo Escolar de 2024 indica que o número de matrículas de estudantes com TEA na educação básica aumentou 44,4% entre 2023 e 2024, passando de 636.202 para 918.877 alunos.
Fatores Contribuintes para o Aumento dos Casos Diagnosticados
O crescimento no número de diagnósticos pode ser atribuído a diversos fatores, incluindo:
- Avanços nos critérios diagnósticos: A ampliação dos critérios para inclusão no espectro autista permitiu que mais indivíduos fossem identificados e diagnosticados.
- Melhorias nos métodos de detecção: O aprimoramento das ferramentas de diagnóstico e a maior conscientização entre profissionais de saúde facilitaram a identificação precoce do TEA.
- Maior conscientização pública: O aumento da informação sobre o autismo levou mais pais e educadores a buscar avaliação para crianças com possíveis sinais do transtorno.
Considerações sobre o Uso de Paracetamol na Gravidez
Recentemente, houve discussões sobre a possível relação entre o uso de paracetamol durante a gravidez e o aumento de casos de autismo. No entanto, as evidências científicas atuais não confirmam essa associação. A Organização Mundial da Saúde (OMS) e outras agências de saúde pública afirmam que não há dados suficientes para estabelecer uma ligação causal entre o uso de paracetamol na gestação e o desenvolvimento de TEA.
É importante ressaltar que, embora o paracetamol seja considerado seguro quando utilizado corretamente, seu uso durante a gravidez deve ser sempre orientado por um profissional de saúde, levando em conta os benefícios e riscos potenciais.
O aumento no número de diagnósticos de autismo no Brasil é um fenômeno multifatorial, influenciado por avanços nos critérios diagnósticos, melhorias nos métodos de detecção e maior conscientização pública. Embora questões relacionadas ao uso de medicamentos durante a gravidez mereçam atenção, as evidências científicas atuais não confirmam uma relação causal entre o uso de paracetamol e o aumento de casos de autismo. É fundamental que a sociedade continue a promover a conscientização sobre o TEA, garantindo que as informações sejam baseadas em evidências científicas confiáveis e que as decisões de saúde pública sejam fundamentadas em dados robustos.http://jornalfactual.com.br