Por determinação do Papa Leão XIV, a Igreja Católica proibiu o uso de músicas seculares em cerimônias de casamento e passou a restringir decorações extravagantes, numa tentativa de recuperar o sentido sagrado e solene do sacramento.
O Vaticano anunciou recentemente um conjunto de novas regras para casamentos celebrados dentro da Igreja Católica. A partir de agora, músicas de artistas seculares — do pop ao sertanejo — não poderão ser executadas durante a liturgia. O repertório deverá ser exclusivamente composto por canções sacras ou peças clássicas de caráter solene, como Bach, Mozart e Beethoven.
Além disso, está proibido o uso de cenários temáticos, entradas performáticas e decorações consideradas excessivas, como passadeiras de vidro, chuva de pétalas industriais, ou efeitos de pirotecnia. Também ficou estabelecido um limite máximo de oito casais de padrinhos.
Por que o Papa decidiu impor limites
Fontes do Vaticano afirmam que a decisão surgiu após um aumento expressivo de pedidos de dispensas e reclamações de párocos sobre casamentos que se transformavam em verdadeiros espetáculos — com coreografias, músicas de filmes e até encenações teatrais que deslocavam o foco do sacramento para a performance social.
O Papa Leão XIV teria se mostrado preocupado com uma “descaracterização do matrimônio como ato de fé”. A orientação interna é clara: o casamento é um sacramento, não um evento de entretenimento.
“O altar não é um palco, e a liturgia não é um espetáculo”, destacou uma nota da Congregação para o Culto Divino.
A análise divulgada pelo próprio Vaticano aponta três motivos centrais para as novas regras:
- Restauração da sacralidade — A cerimônia deve refletir um compromisso espiritual, não apenas social.
- Combate à espetacularização — A Igreja vinha recebendo críticas por permitir casamentos que mais pareciam shows.
- Desafogar a pressão social sobre os noivos — Muitos casais sentiam-se obrigados a criar “um grande evento” para atender expectativas de familiares e convidados.
Tradição x Expressão pessoal
A medida tem dividido opiniões entre os fiéis. Há grupos que comemoram o retorno à sobriedade litúrgica, afirmando que a cerimônia deveria destacar o sacramento, e não a festa. Outros consideram a nova norma rígida demais, temendo que o casamento perca identidade e espaço para a expressão do casal.
Casais que desejarem músicas seculares poderão utilizá-las apenas na recepção após a cerimônia religiosa.
Paróquias em todo o mundo já foram orientadas a acompanhar a seleção musical e aprovar previamente o repertório. Caberá aos párocos o papel de explicar aos noivos que o casamento, dentro da igreja, é um ato de fé — e não um evento de produção artística.
Entre o sagrado e o moderno
As novas regras reacendem o debate sobre até onde a Igreja deve ceder às demandas da modernidade. Mesmo reconhecendo que a cultura mudou e que a celebração do casamento ganhou novos formatos, o Vaticano insiste que a liturgia é espaço de contemplação e não de espetáculo.
O recado do Papa é direto:
casamento é sacramento, não show.
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