Em Nova York, a ONU foi palco de um pequeno aperto de mãos que, embora breve, carregou a eletricidade de um trovão prestes a cair. Donald Trump e Luiz Inácio Lula da Silva se cumprimentaram, e o presidente americano já anunciou: “Teremos um encontro na próxima semana”.
É como se duas correntes de rios diferentes, cada uma com seu curso, se aproximassem perigosamente perto de um mesmo leito. Um corre furioso, carregando a aridez de suas convicções e a nostalgia de seu próprio império; o outro, lento e profundo, cheio de experiência histórica, tentando equilibrar forças e manter a calma da maré.
O mercado, por sua vez, é como a fauna que observa o céu antes da tempestade: reage aos primeiros sinais, à aproximação das nuvens. O real se fortalece, a bolsa sobe — um reflexo instintivo de que, mesmo diante de incertezas, há esperança de equilíbrio.
O encontro é um terreno neutro, um salão de negociações que mais parece uma arena de xadrez, onde cada gesto, cada palavra, será analisada milimetricamente. Entre tarifas, políticas comerciais e imigração, será preciso navegar entre corais afiados: uma palavra fora do lugar e o clima político internacional pode sofrer um impacto.
No fundo, há algo humano nessa tensão. Apesar das diferenças gritantes e da história que os separa, ambos estão conscientes de que precisam dançar essa dança com cuidado. É como dois maestros tentando reger a mesma orquestra — cada um com seu ritmo, mas obrigados a ouvir o outro para que a música não se torne caos.
E assim, o mundo observa: entre expectativas e receios, entre empatia calculada e frieza diplomática, duas figuras que representam mais do que seus próprios países, mas correntes inteiras de políticas, ideias e memórias históricas, estão prestes a escrever o próximo capítulo desta partida silenciosa.http://jornalfactual.com.br








