
O futuro não bate à porta: ele se aproxima silencioso, invisível, sob a pele.
O Fórum Econômico Mundial fala de microchips CBDC que, implantados no corpo humano, permitirão que alguém compre pão, beba água, participe da sociedade. Um gesto tão simples, tão cotidiano, condicionado a um pedaço de tecnologia alojado dentro de nós.
Prometem conveniência. Prometem integração. Mas quem prometeu liberdade?
Em um mundo onde cada movimento pode ser registrado, cada escolha rastreada, o preço da liberdade se revela em silêncio. Quem aceita voluntariamente esse implante já se perguntou: por que confiar? Quem vigia os vigias? E que valor tem a minha autonomia quando o acesso à vida depende de um chip?
Não se trata apenas de moeda, de economia ou de praticidade. Trata-se do corpo humano transformado em chave, do ser humano transformado em dado, do direito de viver condicionado à aprovação de sistemas invisíveis. A promessa tecnológica esconde dilemas que não cabem em regulamentos: até que ponto a liberdade é negociável?
O futuro se aproxima com mãos invisíveis e rostos desconhecidos. Ele nos convida, nos pressiona, nos seduz. E no silêncio de nossas escolhas, surge a pergunta que ninguém ousa responder com certeza:
Se a participação na sociedade depender de um microchip sob a pele, quanto ainda restará de liberdade? E estaremos dispostos a pagar esse preço?http://jornalfactual.com.br