Brasil defende criação de instrumentos financeiros para aprimorar gestão de riscos e desastres

Governo propõe novas formas de financiamento e integração entre políticas sociais e ambientais para enfrentar os impactos das mudanças climáticas

O Brasil tem defendido, em fóruns nacionais e internacionais, a criação de instrumentos financeiros inovadores voltados à gestão de riscos e desastres naturais, em resposta ao aumento da frequência e intensidade de eventos climáticos extremos. A proposta busca melhorar a capacidade de prevenção, resposta e reconstrução, garantindo maior estabilidade econômica e social em momentos de crise.

Durante a Plataforma Global da ONU para Redução de Riscos de Desastres, representantes do governo brasileiro destacaram a necessidade de fortalecer a resiliência climática e de integrar políticas sociais, ambientais e econômicas. A meta é criar uma rede financeira sólida que permita ao país reagir com eficiência diante de situações como enchentes, secas e deslizamentos de terra.

Finanças como ferramenta de proteção

Entre as medidas em discussão está a securitização de dívidas rurais em áreas afetadas por desastres climáticos, prevista no Projeto de Lei 320/2025, já aprovado pela Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado. A proposta permite converter dívidas em títulos garantidos pelo Tesouro Nacional, oferecendo prazos de até 20 anos e juros reduzidos — uma forma de dar fôlego financeiro a produtores que sofrem prejuízos devido a eventos extremos.

Outro ponto defendido é o acesso a fontes internacionais de financiamento voltadas à resiliência climática. O governo estuda ampliar o uso de títulos verdes e sustentáveis — instrumentos que atraem investimentos para projetos de adaptação e mitigação dos efeitos do clima. O Brasil já realizou emissões desse tipo no mercado internacional, com recursos destinados a obras de saneamento, habitação e infraestrutura resiliente.

Plano Nacional reforça prevenção

O Plano Nacional de Proteção e Defesa Civil (PN-PDC) destaca que investir em medidas preventivas é até 15 vezes mais econômico do que arcar com os custos da reconstrução pós-desastre. Por isso, o governo estuda a criação de fundos permanentes de resiliência e até a implementação de um seguro climático obrigatório para áreas de risco.

Além do financiamento, o plano prevê melhor articulação entre União, estados e municípios, ampliando a capacidade de resposta e o treinamento das equipes locais. A Casa Civil já sinalizou a busca por novas fontes de investimento — entre elas, o Fundo Nacional sobre Mudança do Clima e o Fundo da Amazônia, que poderão apoiar projetos de proteção e mitigação de riscos.

Economia verde e segurança climática

Especialistas apontam que os instrumentos financeiros podem ser a chave para uma nova economia de segurança climática, em que cada real investido em prevenção gera economia e estabilidade no futuro.
“O desafio é transformar desastres em oportunidades de inovação e reconstrução sustentável”, resumiu um técnico do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional durante o evento da ONU.

Com a intensificação das chuvas, secas e incêndios florestais, o país corre contra o tempo para financiar sua resiliência — e garantir que o desenvolvimento econômico caminhe lado a lado com a proteção da vida e do meio ambiente.

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  • Inês Theodoro

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